domingo, 3 de outubro de 2010

Quase carta

          Quando o presente, que nasce do passado, quer assassinar o ontem, dizem que estamos maduros. Ser maduro, então, é atear fogo em toda a nossa razão de ser? Afinal, nossos objetivos mudam conforme desviamos das pedras em nosso caminho. Perdoe as antigas Lucias, se lhe convier, mas não tente fazer-me dizer que elas nunca existiram. Venha cá e olhe para mim, pela primeira vez sem máscaras. Sabe, querido, isto não é sobre nós dois. Não somos uma unidade, embora eu lhe queira muito. Talvez minha honestidade o ofenda: Não posso ser o que você quer que eu seja. Cada palavra sua, branda ou ríspida, traz a mesma pergunta: "O que é amor para ela?". Cale suas interrogações, a resposta está aqui. Leia-me, não fujo, não temo. Deixe que eu o abrace, que eu o conforte. Fique. Ou vá. O hoje é a certeza de que posso sobreviver a tudo. Até a você.

6 comentários:

  1. Disse eu em Alegria Incompleta (Vega,1988)
    Vai-lhe tão bem
    o lenço no regaço
    ou será que ela vem
    nas ondas que eu faço?

    A modos que voa
    são seus seios asas
    ou sou eu que à toa
    plano sobre as casas?

    Leva-a consigo o vento
    com carícias e pressa
    ou sou eu que a invento
    para meter conversa?

    Saudações
    João

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  2. Não há mérito na sobrvivência, há não ser que estejamos em guerra, se bem que...
    Mas há muito mérito em saber que estamos vivos, em pensar sobre isso...

    Um abraço!

    http://estevespensando.blogspot.com/

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  3. Olá. Obrigada pela visita! Parabéns pelas qualidades dos textos que escreve, sinceramente.
    Beijos, Fê.

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  4. Talvez o que chamam de amor mereça outro nome ou nome nenhum?
    para tudo ou quase são necessárias as provas.

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