quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Antes que eu pronuncie
    Blasfêmias
        Santas ou
            Tartufarias de
                Ratoeiras
                    Agruras e ardores
                        Inconstantes, inconciliáveis
                            Afoga-me.
                              
                                   

                                   Mata, mata! Sufoca
                                    Esta leitura inexata!

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Cantiga de ninar

Se te privei da dança
Da vida,
Minha criança,
Minha querida,
Dou-te o berço
Da linha
E o braço
Do verso
Que chora e te aninha

domingo, 24 de outubro de 2010

Matrioshka

           Em Berlim. Era lá que deveríamos ter terminado o nosso passeio, depois de visitarmos o tio, eu pensava tiritando por culpa do ar gélido de Pskov. Que ideia, esticar a aventura na Rússia como se estica a madrugada em uma padaria, comendo pão de queijo e café preto para curar a ressaca. Saudade do pão de queijo. Saudade do trinco enferrujado da porta da minha biblioteca. Que fazíamos ali, naquela ponte, cobertos por nossas lãs inúteis, cada um no seu mundo, meio juntos, mas nunca próximos? Quantas milhas me separavam da esperança que um dia eu tivera de, após uma longa caminhada, ter nas mãos os objetivos que encontraria no meio da estrada mesmo. Muitas milhas, milhas minhas, centímetros de essência escondida. Centímetros que se espalhavam pelas minhas bochechas de dúvida quando ouvi a resposta. Você parece uma daquelas bonequinhas russas. O quê? É, daquelas que guardam uma igualzinha dentro da outra.
            Silêncio. Matrioshkas. As bonequinhas. Sabe, se eu olhasse para dentro de mim, encontraria um fígado seminovo. E um qualquer, vendo de fora, imaginou tanto! Olhei para o rio congelado debaixo da ponte. Tirei os brincos, que incomodavam. Descascada. Recoloquei os brincos. Medo de não achar nada senão vazio dentro de madeira morta. Se eu fosse uma Matrioshka, queimar-me-ia. Frio, frio. Uma lufada de vento. Meu reflexo alvirróseo na fina camada de gelo. Pensei em Narciso. Não, eu não me afogaria por aquela imagem. Quem sabe, só para descobrir o que há por trás dela. Entretanto, tinho medo das especulações. “Não sou nada, nunca serei nada”. Fastio. Queria voltar para o hotel. Ânsia de escrever. Não sou nada, senão tudo o que sou à parte meu presente estático. Sorri. Com os pés bem fincados no chão, voava. Epifanias que não são dignas do nome. Outro pedaço meu. Traço de realidade imaginada. Vulgaridades, como a pele sem significado. O significado sou eu. O signo sou eu. Não eu-Lucia. Não eu-mulher. Eu, fração inteira do mundo. Eu-você. Eu-humano. Conjectura-se o nada. O nada se imagina. Nós. Criação.
            Encontrei um espetáculo. Encontrei-me naquele instante (para me perder de volta no segundo seguinte). Parágrafos e parágrafos não transfeririam as infinitas camadas que descobri. Impossível reconstituí-las, estão guardadas para outro pôr-do-sol-sem-sol na Rússia. Para outra valsa fantasiosa em minha cabeça. Para uma madrugada de choro. Para um sorriso. Para o último cigarro, que precede o túmulo. Por enquanto, vivo dramática. Mais extasiada do que apática. Quando as bonecas de madeira perderem a alma, queimem-nas para que elas se transformem em calor. Por enquanto, nem o fogo nem a neve pode contê-las.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Outra carta velha

            Queridíssima:
            Ontem, a sua mãe me ligou. Sim, sei que você já sabe. Ela me disse que eu não deveria levar a filhinha de dezessete anos dela para o mau caminho. Pensei em lembrá-la de que eu tenho dezesseis. Concluí, entretanto, que isso soaria como uma acusação. Ou como a confirmação de que acredito no mau caminho. Pergunto-me sobre o que vocês conversaram quando ela descobriu. Aliás, descobriu mesmo? Não importa. Sei que isso não altera nada entre nós. Você continua e continuará me buscando, mesmo que inconscientemente, cada vez que passar em frente a um bar com cheiro de pecado para tomar um uísque duplo. Como na noite em que nos conhecemos. Oh, não, não pense que a subestimo ou que me considere interessante demais para ser esquecida. Mas você sempre foi um espelho de minhas próprias vontades. E ainda permeia, insidiosa, meus pensamentos mais alegres.
            Lamentável que as melhores respostas só me venham à cabeça horas depois. Se o telefone tocasse novamente e eu ouvisse a voz da dona Leila, diria a ela que não se preocupasse – que nascemos para amantes, e não para namoradas. Será que ela teria uma síncope nervosa que a liquidasse de uma vez por todas? Eu me vestiria de rubro em seu enterro. Só para ver se você me desculpava. Aposto que sim. Já disse que você fica bonita depois de chorar? Com as bochechas quentes e os lábios úmidos. Linda, linda. À parte a minha afronesia sobre o fim de sua progenitora, sinto-me sinceramente disposta a provocar suas lágrimas. Só para secá-las. Nem que seja com a língua. Ou para vê-la quase desidratar, convulsiva. Para vê-la sucumbir a mim. Seria capaz de lhe dizer que quero que você vá à merda, sua ordinária, só para ganhar a beleza do seu pranto. E depois pedir: Ah, perdoe-me, de uma vez por todas, deite aqui no meu colo para ganhar um cafuné. Talvez você seja a perfeição em forma de mulher, me dá o seu olhar de cordeirinha e resiste a cada uma das dores que eu lhe inflijo e que tanto me comprazem. Sim, você continua e continuará me buscando – senão nos bares, ao menos perto do bebedouro da sala de artes, onde nos amassávamos escondidas.
            Agora, com licença, que quero me contradizer: Estou em processo de recuperação. Juro. Tenho lido os poetas. Engolido os poetas. Tornei-me uma romântica incurável. E você, querida, transformou-se em versos mais bonitos que essa carta. Versos que nunca lerá. Não quero que descubra ser não minha Julieta eterna ou minha Marília de uma noite só, mas a mulher que me inspira a cada noite singular, com o perdão do pleonasmo, constantemente e pouco a pouco. Sim, meu bem, já prevejo a sua fraqueza. Continuará me buscando, mas em outro alguém. Minha vingança foi traçada. Saberá ter sido somente a feliz amante de uma sádica. E enquanto você evanesce, sugada pela mais abjeta das tradições, eu escreverei nossa história para perdê-la de vez. Quiçá assim eu consiga novamente despertar no coração de uma nova Julieta, Marília, Beatriz, Dulcinéia e Charlotte mais do que apenas a gentil piedade em reconhecimento ao esforço, ou a submissão infantil, mas a paixão que avassala. A paixão que avassala e que se perpetua somente pelo abandono.
            Lucia.

domingo, 17 de outubro de 2010

Que venhas doido e doído
Doer comigo
Queimando em azul a centelha
Chama a insustentável chama
Nossos nomes
Nossas fomes
            Infames
Que venha tua boca à minha orelha
Sem pronunciar promessa
(Cada gesto meu ou teu confessa
Espera e pavor do amanhã)
Que esqueçamos, só um pouco
            - Embriagados nos braços um do outro -
Saber a paixão tão curta e vã
E mesmo sem delírios de amor
            Que venhas, querido. Por favor.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

            Estávamos no sofá da sala de tevê, eu com a cabeça em seu colo, tão dedicada a representar Julieta que minha Lady Macbeth se recolheu em algum lugar dentro de mim como se não existisse mais. Ele passava a mão nos meus cabelos, eu sentia uma preguiça boa. Por um lado, gostava que ele me tratasse como uma bonequinha. Já não me lembrava da última vez que um homem olhara para mim como se eu valesse à pena. Pensei no que aconteceria com nossa rotina a partir de agora. Andaríamos de mãos dadas pelo shopping, cantarolaríamos músicas bobinhas no carro, a caminho de casa, e dividiríamos um pote de Häagen-Dazs assistindo a um DVD. Ele me beijaria lentamente, me olharia com ternura (ternura, meu Deus!), afinal, aquele seria o tipo de relacionamento em que se pensa mais em sentimento, e menos em sedução. Não era o que eu estava acostumada, mas caretice para mim era novidade, e decidi arriscar. Sim, eu arriscaria. Permitiria-me até adormecer naquele colo...
            - Clara...
            - Sim?
            - Eu acho que te amo. Não, não é verdade. Eu tenho certeza. Eu te amo.
            Abri os olhos. Ele dissera mesmo aquilo? Precisava pensar rápido.
            -...
            Droga, não sabia pensar rápido. Com cara de quem acabou de acordar, percorri o seu rosto com as costas da mão, cheia de afeto. Aquilo deveria bastar, por enquanto. Suspirei e voltei a cerrar as pálpebras. Merde. Se não estivesse tão envolvida naquele teatro, levantaria, daria pulos de desespero e gritos de horror. Eu já ouvira aquela frase antes, especialmente seguida de juras de suicídio em caso de abandono. Tudo bobagem, é claro, e a exaltação romântica me trouxera a certeza de que meu interlocutor cometera um equívoco: tratava-se de paixão, não de amor. Contudo, as palavras de André haviam sido ditas com uma serenidade que não deixava dúvidas.
            Lembrei-me rapidamente do que ele conhecia sobre mim. Filho do melhor amigo do meu pai, sabia que eu tinha uma habilidade culinária incrível, que adorava Chanel (eu e sua mãe tínhamos como único assunto a moda), que sonhava em conhecer o mundo. Acredito que já percebera também a minha capacidade retórica, mas nem imaginava a minha opinião sobre a Família, o Casamento e o tal do Amor.
            É claro que eu não me orgulhava de meu passado. Mas também não me arrependia. Amor, amor, amor! Ora essa! Senti raiva, primeiro. Depois, tristeza. Doía saber que ele me idealizava, que não era por mim aquele sentimento que eu não admitia. Será que era esse amor capaz de me curar? Difícil, eu não me considerava digna dele. Será que eu seria poderia, por André, me transformar na mulher amada? A mulher amada, todavia, parecia-me muito tola.
            Eis a verdade: meus machucados não me doíam. Eu havia mudado à custa deles. Nunca quis uma cara-metade. Gostava de ser assim, meio incompleta, até deformada, surreal. Encontrava-me, cheia de angústia, obrigada a enxergar que não se ama uma mulher que não precisa de ninguém – elas são quase psicopatas. Se André era bom demais para mim, eu já não me importava em ser ruim.
            Silenciei, insegura no primeiro instante. Depois, aguardei impaciente até que chegasse a hora de nos despedirmos.
            Mudei o número do meu celular, voltei a fumar (havia parado desde o nosso primeiro beijo) e “caí doente” durante todos os dias em que se realizaram coquetéis de trabalho de papai. La vie est passionante, mais l’amour? Pas pour moi.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Resumo da ópera

Curiosíssimo o meu fado
De masoquista alegria:
Sonhar com apaixonados
Que laureiam atrás de Sophia

sábado, 9 de outubro de 2010

Recópia de alucinações deliberadas

            Pergunto a qualquer amigo, a qualquer passante, como este gostaria de morrer. Primeiro, recebo uma expressão de horror, seguida de um comentário sobre o tempo, sobre a alma e demais tolices e, por fim, diante de certa insistência, ouço que meu interlocutor gostaria de morrer "bem velhinho, dormindo, de preferência, com o barulho do mar". Haja fraqueza. 
            Penso sobre o meu próprio fim em tais circunstâncias. Imagino uma senhora muito feia comentar com sua sobrinha que "morreu a vizinha, Dona Lucia, aquela senhorinha simpática, que estava sempre a preparar deliciosas broinhas de milho e erva-doce". Imagino meu cadáver de papel amassado, mais alvo do que o corpo jovem que possuo hoje, talvez pelos ralos cabelos brancos, ainda que a pele esteja salpicada de manchas, de carcinomas basocelulares e o diabo a quatro. Imagino minha irmã e meus sobrinhos a lamentar a perda por cerca de duas semanas, para depois seguirem suas vidas como se eu nunca houvesse existido - nada mais natural. E meus amores, estes também já estão há muito a sete palmos abaixo da terra. Desagrada-me a ideia de ninguém se lembrar de minhas pernas, agora inertes e judiadas por varizes horríveis. Desagrada-me mais ainda que, ao adquirir o que chama de experiência, eu tenha aprendido a resistir aos chamados mais lânguidos e, assim, lutado com toda a força de minha velha fragilidade, cheia de artroses contra o beijo sedutor e inexorável da morte. Apavoro-me ao pensar que esmoreceria não só a minha juventude, mas também as minhas palavras ácidas haveriam sido maturadas, adoçadas pela vida. 
            Como gostaria de morrer? Ora, não se pode fazer exigências por demais para um acontecimento assim. Se pudesse escolher, contudo, optaria por... Quem sabe, optaria por decidir, eu mesma, a hora da partida. Juntaria dinheiro apenas para gastá-lo. Não deixaria um tostão para ninguém: Não pretendo ter filhos, minha própria avó uma vez mencionou que, às crianças, deve-se ensinar apenas modos e amor à vida. Modos? Sei dizer “por gentileza e sorrir sem a mínima vontade, mas é somente pelos anos de experiência. Amor ao que quer que seja, bem, já caí doente por causa deste e, como acabou por tornar meu coração imprestável, não tive outra escolha senão a de jogá-lo fora. Sob tal ótica, colocar crianças no mundo seria um erro que não gostaria de me permitir. Voltando à partida: Talvez eu me vestisse com um Armani e me atirasse do décimo quinto andar de um hotel. Quem sabe, apenas esquecesse de acender o fogão quando fosse assar meu derradeiro bolo de chocolate, asfixiando-me com gás e deixando como única herança uma grande porção de massa crua.
            Penso em outra possibilidade: um assassinato. Não falo das balas perdidas ou dos homicídios causados pela resistência a um assalto na madrugada. Fantasio um crime em grande estilo, movido por razões políticas ou passionais. O motivo geral é simples: sou um perigo, sei demais, trapaceio demais, não posso mais existir. Deleito-me ao pensar que haveria, neste caso, infligido a ira de alguém ao ponto em que este se arriscaria a destruir a própria vida junto com a minha, que consideraria melhor os possíveis anos atrás das grades do que o meu respirar. Mil vezes ser odiada do que não despertar sentimento nenhum. Quem sabe, meu hipotético executor misturasse veneno para ratos à uma tacinha de Limoncello, considerando-se muito esperto, sem sonhar que desconfio de seu plano e que sorvo o licor com mais prazer desta forma. Será que ele me assistiria desfalecer enquanto ainda me sorria? Ou passaria por seus olhos uma sombra de terror? Quem sabe, ainda, eu fosse ferida por um tiro à queima-roupa, por algum incauto, inexperiente, que acertaria um órgão vital, porém de forma que eu tivesse alguns minutos para rir, esvaindo-me em sangue, e tresloucada perguntar: "Por quê? Por quê? Por quê?", ao que ele tentaria, cheio de cólera, me responder, mas ao encontrar meus olhos de desprezo, calaria-se para sempre, certo de que não havia necessidade de explicações. 
            Já partindo para o plano de utopia, a história de meu fim terminaria com meu corpo queimado embaixo de um viaduto ou atirado em um rio tão poluído que não seria possível encontrá-lo mesmo após buscas incansáveis (que provavelmente não aconteceriam). Se eu tivesse ainda mais sorte, meu querido desafeto estaria tão fora de si que cruelmente me picaria em pedaços e me jogaria fora, ou me espalharia por cantinhos na rua para assustar mendigos, ou talvez fritasse um pedacinho da minha coxa para comer no jantar acompanhado de um bom pinot noir - se assim fosse, não haveria o risco de que minhas ordens para que cremassem meus restos fossem ignoradas e que eu fosse vestida de rendas cor-de-salmão, pérolas e cabelos moldados com baby-liss, submetida à farsa de um velório, de lágrimas sem sal que não ardem nos olhos, e, por fim, enterrada para sempre como o cada bom inútil que dá seu último suspiro.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Poesia nula ou Memória

Não sei dias, não sei noites
Sei somente
A menina deitada de All Star na cama
(Sonho lençol vida mundo – tudo é mesmo lama)
Divagando – amor, amigo?
Entre agulhas, cigarros
E suco com gérmen de trigo
O mundo é um quarto
Um corpo (o meu)
Ontem, uma era e todo o passado
            Um dia guardado
                        De riso e de nuvem
                                   De culpa sem culpa
                                               Seu nome é Ninguém
                                                           Ninguém, outro passo
                                                                       (A linha termina, eu me desfaço)
                                                                                              Sem fio de lembrança
                                                                                                          Morri tantas vezes!

terça-feira, 5 de outubro de 2010

            A título de curiosidade: Estou escrevendo um livro (aliás, estou odiando e revisando e remoendo um livro já escrito) e o trecho que segue é o primeiro parágrafo do meu projeto. Aviso: O pedaço, obviamente, está relacionado à continuação do texto, entretanto o livro é um romance e não uma reunião de filosofias de boteco, ao contrário do que a introdução poderia indicar.

           A vida insossa nos oferece a tentação de um néctar mortal, do qual tendemos a beber com voracidade até cairmos, inertes, sobre o prato da longevidade. Ou então, dispensamos o doce, o embriagante, e engolimos em pequenos bocados a ração triste da qual dispomos, até que ela se exaura junto com a nossa irrelevância. Envenenar-se é tão essencial quanto nutrir-se, pois o prazer de viver é o nosso cianureto disfarçado de vinho. Matar-se contidamente, então, é a chave da plenitude humana. Equilíbrio. Eis o desafio.

           (Continua. Ou não)

domingo, 3 de outubro de 2010

Quase carta

          Quando o presente, que nasce do passado, quer assassinar o ontem, dizem que estamos maduros. Ser maduro, então, é atear fogo em toda a nossa razão de ser? Afinal, nossos objetivos mudam conforme desviamos das pedras em nosso caminho. Perdoe as antigas Lucias, se lhe convier, mas não tente fazer-me dizer que elas nunca existiram. Venha cá e olhe para mim, pela primeira vez sem máscaras. Sabe, querido, isto não é sobre nós dois. Não somos uma unidade, embora eu lhe queira muito. Talvez minha honestidade o ofenda: Não posso ser o que você quer que eu seja. Cada palavra sua, branda ou ríspida, traz a mesma pergunta: "O que é amor para ela?". Cale suas interrogações, a resposta está aqui. Leia-me, não fujo, não temo. Deixe que eu o abrace, que eu o conforte. Fique. Ou vá. O hoje é a certeza de que posso sobreviver a tudo. Até a você.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Ah, Amsterdã das tulipas
Maios menos bonitas
Rainhas subjugadas
Da primavera noturna
E rubras como os olhos injetados
Que caíram da ponte.