sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Perdi os contornos guardados
Na imensidão do Jamais
Do mar triste de chamados
Que me afoga e me desfaz

Ai, se eu quisesse querer
Os raios pálidos de amor
Prolongando o anoitecer
Ou meu sorriso anterior

Se eu trocasse o úmido pranto
Pelo vapor dum suspiro...
Esqueço, pouco me encanto
Já não espero, mas deliro...

Basta o nada? Nada basta
Minha apatia é só cinismo
É o tudo que me arrasta
Do (quase) anseio para o abismo

4 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Já dizia Calvino que para vivenciar a leveza é necessário conhecer a experiência do peso. Um escultor chega até ela trabalhando diretamente na matéria bruta (que é o peso). E você transforma a massa muitas vezes concreta que é a linguagem em pequenas e tênues magnólias.

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  3. "Abismo, venha me buscar, eu já não sei te encontrar!" Me lembrou muito...
    Adorei, mais uma vez!

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  4. um bom poema, boas rimas, ótimas questões.
    no quesito surpreender você tem nota 10.

    abraço

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