terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Toda vez que escuto algo dito brilhante, sinto vontade de gargalhar. Se ao menos eu fosse como os que confundem felicidade com euforia. Se ao menos eu fosse capaz de acreditar que as palavras traduzem pensamentos ao invés de escondê-los. Ou se pudesse fechar os olhos para a angústia vazia de quem não consegue compreender bem o mundo por mergulhar fundo demais nele. Não que fosse encontrar, a partir disso, alguma solução – aliás, cheguei a definir qual era o problema? O tempo não passa, eu passo pelo tempo e não sei caminhar em outra direção. Sinto-me como um rato enlouquecido que rói a própria cauda e se arrebenta contra as grades da ratoeira. Persigo o inatingível infatigavelmente enquanto tentam me convencer de que tudo de que preciso é um bom tóxico.

6 comentários:

  1. Minha mãe diria que você precisa se casar, rsrrss
    eu diria que precisa trair mais...
    adoro tóxicos, especialmente como esses...

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  2. Quanto mais fundo se mergulha, mais pressão se sofre.

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  3. disse Saramago, talvez gostes:"...as palavras são rótulos que se pegam às cousas, não são as cousas, nunca saberás como são as cousas, nem sequer os nomes que são na realidade os seus, porque os nomes que lhes destes não são mais do que isso, os nomes que lhes destes..."

    elasnaomedizemnada.blogspot.com

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  4. 'O tempo não passa, eu passo pelo tempo"
    Adorei esse texto.

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  5. pois é, felicidade ñ é mania. aqui é bom de ler.

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