quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

       Não quero reabilitar as imbecilidades românticas, não se trata disso. Porém, como tudo o que sou é derivado das minhas antíteses, digo que talvez eu não tenha perdido o coração, mas guardado-o bem protegido - o contrário jamais seria prudente. Às vezes, entretanto, esses lirismos baratos, essas cenas que parecem ter sido tiradas de um filme ruim, esses sonhos inverossímeis que insistem em ser rememorados (porque insistem) simplesmente se revelam como uma parte minha que não posso extirpar. Gostaria, talvez. Só que não posso. Vivo e temo a morte pois sei que ela está à espreita. Temo covardemente o julgamento alheio, e temo o mau uso da palavra, mas não posso deixar de escrever. Temo perder, sofrer, mas não posso deixar de sentir. 

4 comentários:

  1. Lucia,
    Encantado com este texto. Possivelmente pensou deixar duas ou três pistas, mas a forma (aliviada?) como as palavras surgem deixam adivinhar muito do seu interior....
    Encantado, repito!

    Beijo :)

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  2. O julgamento alheio...
    estranhamente eu não tento entender seus motivos.
    há sim algo de soberbo em sua razão, ou não há, talvez não o bastante que me satisfaça.

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  3. E' incrivel como da' pra sentir as texturas, os tons e até os sabores de suas palavras bem colocadas.

    Saudaçoes, minha cara.

    ;-)

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  4. sinto que está mais subversiva a cada texto novo postado. estou adorando aqui ainda mais.

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